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2025

MAX MOURA: Desdobramentos de uma história -
ACAP 50 anos

Fundação Cultural BADESC I Florianópolis - 2025

Curadoria de Anna Moraes, Meg Tomio Roussenq e Rosângela Cherem

MAX MOURA - Desdobramentos de Uma História: ACAP 50 Anos inaugura as comemorações do cinquentenário da Associação de Artistas Plásticos de Santa Catarina, propondo encontro entre diferentes temporalidades na arte catarinense. A exposição reúne obras de treze artistas contemporâneos, atualmente integrantes da associação e que, por meio de diferentes linguagens e poéticas, ressignificam a obra de Max Moura, artista cofundador da associação em 1975. Os trabalhos exibidos nesta mostra demonstram de que forma o pensamento experimental e vanguardista de Moura continua a permear as discussões artísticas atuais. As obras espelham urgências do nosso tempo, articulando-se em três eixos fundamentais: "Antropoceno: Natureza e Contingências", "Metalinguagem: Arte que Pensa em Si e no Mundo" e "Corpos Políticos: Identidade e Representatividade".

No primeiro eixo, "Antropoceno: Natureza e Contingências", são apresentadas obras que elucidam a relação entre humanidade e meio ambiente, articulando questões como a destruição ecológica, a memória natural e as forças da natureza. A partir de ressignificação de obras e/ou práticas de Max Moura, os artistas Gavina, Fábio Fialho, Ângela Vielitz, Pedro Gottardi e Gabriela Luft apresentam trabalhos que dialogam com temas que evocam as  transformações impostas pela ação humana e a resiliência do mundo natural, abordando,  por meio de diferentes linguagens, elementos como mitologias, registros históricos e experiências sensoriais relacionadas ao mar, aos rios e às paisagens insulares.

Já em "Metalinguagem: Arte que Pensa em Si e no Mundo", segundo eixo, os artistas investigam a capacidade da arte de refletir sobre sua própria essência, propondo diálogos que sugerem tanto a autorreflexão como a criação de novos territórios de significação. Este eixo reúne obras que reinterpretam aspectos do legado de Max Moura, investigando questões formais, além de investigações que atravessam temas como estruturas religiosas  contemporâneas e problemáticas sociais. David Ronce, Gelsyr Ruiz, Ricardo do Rosário e Maria Esmênia apresentam obras que evocam tanto o diálogo com a tradição quanto o potencial da arte de questionar, transformar e propor novas perspectivas sobre o tempo presente.

O terceiro eixo, "Corpos Políticos: Identidade e Representatividade", investiga as intersecções entre corpo, identidade e representatividade no contexto artístico contemporâneo, trazendo à tona reflexões sobre questões sociais, culturais e simbólicas. Os trabalhos de Andrea V Zanella, Júlia Steffen, Eliane Veiga e Rodrigo Gonçalves tensionam formas tradicionais de representação e abrem espaço para narrativas que subvertem estereótipos, destacando temas como feminilidade, violência de gênero e espiritualidade. Por meio de técnicas como bordado, têxteis e instalações, as obras propõem diálogos sobre materialidade e subjetividades do corpo, abordando suas conexões com o campo político e as dinâmicas de poder.

Max Moura nos legou seus varais, suas escadas, seus horizontes e seu gestualismo livre. Ao revisitar seu legado nesta exposição, podemos afirmar que seu pensamento permanece ativo e se renova em interpretações que, simultaneamente, homenageiam sua obra e a atualizam em resposta às urgências e contextos contemporâneos. É importante destacar que os trabalhos apresentados, com sua diversidade de linguagens e abordagens - da gravura à instalação, da pintura ao bordado - e em diferentes temas e subjetividades, afirmam o dinamismo da arte catarinense em constante processo de investigação plástica e conceitual, conectando temporalidades, propondo novos diálogos ou mesmo atualizando questões que reverberam ao longo da história, visando projetar novas perspectivas sobre o presente e sobre o futuro.

Anna Moraes e Meg Tomio Roussenq

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