A ACAP [Associação Catarinense dos Artistas Plásticos] 49 anos, traz para o Espaço Cultural Governador Celso Ramos a exposição PROCESSOS [em] CRIAÇÃO, num projeto expositivo com 20 artistas da associação, tendo por objetivo levar a público a formalização das estruturas de pesquisa, experimentos e proposições na arte contemporânea.

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Partindo da continuidade do processo e a incompletude que lhe é inerente, há sempre uma diferença entre aquilo que se concretiza e o projeto do artista que está por ser realizado. Neste contexto, não é possível falarmos do encontro de obras acabadas, completas, perfeitas ou ideais. A busca, no fluxo da continuidade, é sempre incompleta e o próprio processo que envolve a produção das obras, em sua variação contínua e mutável ao longo do tempo. Toda criação parte de quem somos, o que experimentamos, todas as referências que buscamos e a cultura atual a qual estamos sujeitos.

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A arte contemporânea, como reflexo do mundo em que vivemos, apresenta um processo de criação profundamente enraizado na complexidade e na diversidade de nossa sociedade atual. Neste contexto, a arte é polissêmica e o processo criativo transcende os limites tradicionais, desafiando noções convencionais de produção. Enquanto os movimentos artísticos do passado muitas vezes buscavam uniformidade estilística ou narrativas compartilhadas, a arte contemporânea abraça a multiplicidade de experiências, perspectivas e formas de expressão que apresentem o mundo atual, onde liberdades de experimentação geram resultados inovadores e muitas vezes polêmicos, sempre refletindo esta complexidade e diversidade deste mundo ao qual estamos inseridos.

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Todo processo de criação é repleto de investigações conceituais com desconstrução de fronteiras entre mídias e  disciplinas. Os artistas neste contexto são impulsionados a explorar ideias complexas, questões sociais, políticas,  filosóficas, literárias, filmográficas, fazendo do processo uma profunda reflexão sobre o próprio ato de criar e as condições culturais, sociais e econômicas que influenciam esta mesma produção. Muitos adotam uma postura crítica em relação ao sistema de arte institucionalizado, seu poder, comercialização, exclusão e representação. Buscam explorar e questionar as normas estabelecidas, desafiando noções preconcebidas de identidade, poder, justiça, meio ambiente e tecnologia. Eles utilizam sua arte como uma forma de engajamento crítico e como um meio de amplificar vozes marginalizadas e experiências sub-representadas.

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Dentro desta realidade muitos artistas trabalham em colaboração com outros artistas, curadores, cientistas, ativistas e membros da comunidade para criar obras que transcendem os limites convencionais, abordam questões urgentes de forma a gerar parcerias criativas com diálogos interculturais e interdisciplinares, transformando tanto o processo de criação quanto o significado das obras em processo.

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Outra questão relevante é a ênfase excessiva no conceitualismo podendo resultar em obras inacessíveis para o público em geral, levantando questões sobre a própria comunicação da arte. A crescente comercialização do mercado de arte contemporânea, também pode influenciar a produção artística, levando alguns artistas a se conformarem com demandas comerciais em detrimento da expressão genuína, desviando a atenção do valor estético e conceitual para considerações comerciais.

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Em última análise, o processo de criação na arte contemporânea, seja ele poético, crítico ou comercial, é um reflexo da nossa época, marcado pela diversidade, pela mudança constante e pela busca por significado e conexão em um mundo complexo e interconectado. Por meio da experimentação, da reflexão crítica e do diálogo contínuo, os artistas
contemporâneos continuam a desafiar e a inspirar, oferecendo novas maneiras de ver, pensar e sentir o mundo ao nosso redor.

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Meg Tomio Roussenq